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Quando a chuva passou.
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Quando a chuva passou,
isso foi hoje pela manhã
subiu um cheiro de terra molhada
do que sobrou de terra no quintal
(canteirinho minguado).
lembro do encardimento
do barro nas peças brancas,
do azul anil da água
antes da roupa quarar ao sol
- e das broncas.
e de quando desenhava um sol
com giz de construção
para depois da chuva
secar o quintal
mexer no barro para
fazer lama.
Quando a chuva passou,
sobraram algumas poças
umas paredes molhadas
tristeza boa de lembrança.
em dias de chuva
espreitávamos da janela
a chuva molhar as roupas
do varal,
enquanto desesperada
a mãe corria acudir
a roupa branca.
a mãe precipitava
engraçada
arrancando as
roupas do varal
a gente se ria,
e morria de medo
de a mãe ver que riamos.
Quando a chuva passou,
-Saí do abrigo da marquise ,
agora é um medo,
coisa de correr da chuva
e correr
para algum lugar.
Coisa que não se tem em
criança.
Quando chovia,
a gente queria mesmo
era se molhar.
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