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quinta-feira, 19 de novembro de 2009


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No tempo em que se desconhecia

o perigo de soltar balões:

formigas esticavam o horizonte em fila

a rua em pernas fazia o mundo

quarteirão era país

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gente subia ao mercado comprar mistura

tinha surra merecida de traquinagem

tinha trecos que pensavam coisas

e coisas que a gente nem sabia -

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ontem, nem sabia como virar trecos em coisas:

as esquinas se desdobram infinitas até o inicio -

a gente anda e anda:

uma fila de pessoas não alarga a paisagem

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tinha uns muros intransponíveis e pernas possíveis

do tempo em que terrenos baldios

serviam pra soltar balões



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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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De quando a noite caísse ou
o livro de Maria.


Guardar-te como a menina dos meus olhos,

- só pra não deixar o mato crescer no terreno baldio,

a gente mesmo sabe os desvãos


lá,
eu tinha aquele estatuto de bastar


enquanto eu era uma pessoa espessa
de caladas
de canto de olho
de boca cheia de dentes


Maria dança em roda da lua
de narizes dados comigo

e mãos procuras.


A gente não estava nada não

dava vontade de entrar no vazio -


Maria e eu

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