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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

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Quando eu comi um tatuzinho,
em criança,
tinha gosto de terra
ou é essa a palavra
pro gosto que não lembro


a gente mexia nuns paus velhos
daí saiam as nossas crias:

Tatu-fada
que voava da mão e se perdia,
esse trocava a vida pelo desejo.

Tatu-prenha
morrida de parto

Tatu-carro, tatu-palhaço,
tinha tatu de tudo
menos tatu-tatu.

Aquilo lá era um circo
tinha tatu-equilibrista


a gente nem vendia, nem trocava
vinha a noite cabeluda
cobria tudo
e a gente não fechava a caixa
tinha uns buracos pra respirar

tatu amanhecido
tinha o sopro de deus


eu não lembro o gosto
da terra
nem da vontade
de comer.

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