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sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Televisão de cachorro.

Praticando delitos desproporcionais a seu corpo que antes do almoço e depois e amanha e ontem ficara sentado na frente do computador, pelos corredores distribuídos num galpão, lojas vitrines produtos simétricos como o (e) terno azul obrigatório camisa branca amarela de muito velha. Quantos anos, quantas horas - é melhor não pensar em unidades mínimas. Pelo corredor longo passam: verdes, vermelhos, azuis uma infinidade de cores, fontes, distorções plásticas e visuais de vários formatos; arredondados geométricos absurdos.Câmeras seguem-se pelos corredores vazios, o seguem, as câmeras e o cão que desde a rua o seguiu, o espera na porta pronto para voltar ao mesmo lugar, observa os frangos que giram dentro da máquina na padaria, que observavam a máquina que triturava frangos no frigorífico: homens de branco - dois pães, não três.O cachorro. Pensa no cachorro, dois ou três? – Quatro, eu quero quatro, sai.O cachorro ignora o pão e o segue não sabe voltar.Senta numa praça come bebe, muitos pombos pontes pessoas carros, agora ainda faltam minutos, engole anda, o cachorro-esse maldito cachorro, pensa.Seguem na rua lojas, uma padaria, frangos rodando, pede uma cerveja, ainda tem cinco minutos, parado vendo os frangos rodarem, o cachorro, bebe a cerveja compra o frango, balança o rabo, o segue, volta para o mercado da o frango ao cachorro.Os malditos homens de branco, aqueles safados cobram um absurdo por esse plano de saúde pensa, a culpa não é deles, e o maldito cachorro não sabe voltar agora.Horas, sai do trabalho seguem-se luzes amarelas, asfalto, aflito pega o ônibus lotado.Pessoas, muitas delas muito perto, muito quente - seu safado! Desculpas. Freada forte. Pessoas se amassam, muitas -seu filho da puta!Num ta levando sua mãe!Desce já está no prédio sujo uma pechincha por mês com café da manhã e roupa lavada, a camisa muito velha amarela, no escritório torcem o nariz.Deita. Do bolso chocolates amassados disformes.