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terça-feira, 24 de outubro de 2006

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II.


Brincava de carrinho
feito os moleques da rua
era moleque da rua.

A gente inventava um mundo todo
feito a giz de construção:

infinitas ruas
entrecruzadas
que davam no começo
das histórias


Havia sujeira no fundo das unhas:
era tudo relevo de imaginação

A gente se pegava em frio-na-espinha:
de cachorro sem dono e cachorro bravo
de bêbado
de surra de mãe

do olhar debaixo de criança
Que acha importância
em cavar o barro
e desvendar os insetos escondidos
do quintal:
e fazer coleções

tenho semelhança
aos vadios
nas ausências

e as formigas.

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