Quarto. Consegue ver nos espaços ocupados, as ausências. No canto esquerdo, onde as paredes se encontram, a luz incide de forma diversa em cada uma delas, seu corpo é divido por uma sombra, a janela próxima, fuma um cigarro. Os olhos, lentos, e a noção do todo palpável.Bate o pé como se ouvisse música. Olha a fumaça saindo. Abre a porta, sente o cheiro das suas coisas, está em casa. No sofá o corpo reclinado olha os próprios pés, cansaço, o mundo ainda corre por seus olhos, seu corpo ainda corre por seu corpo, mas está ali no canto do sofá. É preciso frear. O corpo caído na faixa de pedestres. Atravessando com o acumulo de ausências e teorias de sobrevivência, com coragem, não se pensa, encerra-se. Acredita ainda, não sabe o porque. Esgueirar-se, teoria primeira. Uma borboleta pousa no canto do banco onde descansa, quanto tempo não via uma dessas. Correndo tenta pegar, pede ajuda, suas pernas dão curtos passos, seus braços esticados são metade. Asas fechadas. Era amarela, gosta do amarelo das borboletas, principalmente gosta de quando vê borboletas. Relógio, e ela já não estava mais ali. Com as mãos na cabeça com medo de que ela caia, um fio de sangue entre os cabelos, e mareado abre a porta. Lento, o corpo se movia lento, sentado nas próprias pernas, a mão dançava pela cabeça procurando reconhece-la como um todo ainda. O sinal estava amarelo.Susto.A Luz incidiu forte e radioativa. O quarto era branco. |
quarta-feira, 19 de outubro de 2005
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