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terça-feira, 23 de maio de 2006

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3.

Achei Iracema triste:
Fiz mito fechado em mim
Calei.

O dia amanheceu cinza
pela rua a garoa caida não me tocava.
Iracema veio a mim.
Cabelos molhados

Úmido como o dia que não passa,
Iracema olhou pra mim
Fechou-se.


Há alguma completude em Iracema.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

xxx.


O gesto espreita o tempo:



fecho os olhos,
reconstruo.


reconstruir em silêncio
é
desfragmentar
o tempo.


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terça-feira, 16 de maio de 2006


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Comi algumas quadras com os olhos. O cachorro sob o sol deitado dormia semimorto. Perdi as palavras entre passos e o fio do andamento das coisas em que pensava. No meio fio um acumulo de folhas secas da entre estação, desisti de saber a seqüência das coisas, gosto das goladas que engasgam. De pensar nesses pormenores: determinismos plásticos e adjetivos. Perde-se tempo. Melhor seria, despir-se dos outros.
Os carros formavam grande fila com o sinal fechado, incorreu passar por entre eles - sinfonia metálica - dentro passageiros e motoristas vestidos de ferro. A vida transparece em movimento caótico, mesmo que digam o contrario ou que calem. Calar: grande exercício subjetivo. Pensei em escrever.

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terça-feira, 9 de maio de 2006

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Desespero:
na palavra
abrigo,

espero.

a palavra
espero
abarca
a palavra
antes
e o
poema.